NÓS POESIA! De Bernardino Matos
Fortaleza, 29/12/06
Eu também sou poesia,
sou o canto da saudade,
eu vim na estrela guia,
o elo da divindade.
Deus pôs em nós a semente,
que fez brotar o amor,
que afaga o carente,
alivia sua dor.
Ele me fez poesia,
pra versejar o carinho,
que rima com harmonia,
a ajardina o caminho.
Eu sou a fresta da vida,
a nesga do aconchego,
sou eu quem sopra a ferida,
por quem você tem apego.
Sou a réstia da esperança,
sou a fonte da magia,
sou quem teu olhar alcança,
quando bate a nostalgia.
Sou o canto da sereia,
sou o reflexo da aflição,
quando o coração vagueia,
num momento de paixão.
Eu sou o próprio gemido,
que ecoa no espaço,
por ter um amor perdido,
sou a dor do teu cansaço.
Eu sou teu choro sentido,
que teu coração aperta,
quando um ente querido,
de tua vida deserta.
Sou a lágrima que corre,
no teu semblante amoroso,
sou eu quem sempre socorre,
teu coração sequioso.
Eu sou a tua emoção,
o canto da cotovia,
o vazio da solidão,
eu sou tua poesia.
Sou tua realidade,
os altos e baixos da vida,
teu momento de verdade,
sou tua dor mais doída.
Sou o teu sorriso franco,
o toque do teu feitiço,
o declive do barranco,
eu sou o teu compromisso.
Eu canto a dor, a alegria,
a ilusão, o encanto,
pois eu sendo a poesia,
sou da vida o acalanto.
E, assim, meu universo,
é viver intensamente,
cantando em prosa e verso,
o sentimento da gente.
Eu sou de Deus a profecia,
o eco da eternidade,
eu sou sua poesia,
eu sou a humanidade.
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